“As peças se encaixam no mundo da Sara …”

Olá, me chamo Renata Castelani, sou mamãe atípica da Sara e venho através desse artigo mostrar para todas as mamães da cidade de Itabirinha MG, familiares e cuidadores de crianças deficientes que mesmo diante tantas dificuldades que enfrentamos pré e pós-diagnóstico do autismo que a vida pode sim se tornar “ENCANTADA”.

Com um ano e cinco meses começamos notar diferenças no comportamento de Sara que envolvia regressões em certas atividades motoras e na fala, não  imitava quando estimulada, parou de comer sozinha, ou certos alimentos que gostava muito, a fala estava cada vez mais restringida, ou seja, ao invés de avançar no vocabulário, ele foi diminuindo, irritabilidade como lugares cheios ou sonoros altos e dificuldade no sono. Diante disso, logo procuramos ajuda de uma neuropediatra e um susto levamos com um pré-diagnóstico de “AUTISMO DE REGRESSÃO”. Confesso que o mundo caiu sobre minha cabeça, era medo, preocupação e desinformação tudo ao mesmo tempo, mas, não parei, comecei todo o procedimento que a Doutora recomendou inclusive o tratamento na APAE em Mantena MG, e junto fui me atualizando sobre o assunto para aprender a lidar com toda aquela situação.

Aos três anos e um mês o diagnóstico foi fechado “Autismo com nível de suporte II”, e confesso que quando veio o laudo eu estava tranquila. Como Assim? Pode estar pensando… Tranquila, porque eu como mãe estava certa quando via comportamentos diferentes, aceitei a realidade e fui para o combate, levantei a cabeça para aprender e motivar minha filha dentro de casa para que a mesma cresça com independência e autonomia na sociedade.

Por isso, vim escrever essas palavras para vocês em um breve relato, que, vendo seu filho (a) tendo certos tipos de comportamentos diferentes não ignore seu sexto sentindo de mãe, de cuidadora (o), não se sinta envergonhado de levar seu filho (a) ao médico, ou pedir ajuda quando não se sabe ao certo o que está acontecendo, de aprender sobre o Autismo para poder ensinar dentro da sua casa.

Quando aceitamos internamente no ambiente familiar, podemos correr atrás dos direitos básicos do autista na sociedade, como, inclusão na escola, professores de apoio, inserção do autista em ambientes abertos com certa regulação sonora e o que era um pesadelo passa a se tornar “encantado”, afinal, não precisamos achar que após um diagnóstico a vida se trancou para você ou seu filho (a), o lugar deles é onde eles quiserem, afinal, todos somos iguais, desde que aprendamos a lidar com as diferenças. Por isso, incentivo principalmente a Rede de Educação a capacitarem professores para “educação especial”, a escola se familiarizar com as altas demandas de crianças deficientes porque o começo de tudo está na educação.

Hoje posso dizer que Sara, em tratamento semanal está outra criança, ela consegue diante as suas limitações se encantar com o mundo, afinal, ela é apenas uma criança que sonha, que quer brincar, que quer viver, por isso, não vamos deixar de buscar direitos básicos para que eles possam se incluir na sociedade, e se tornarem no futuro “quem eles Quiserem ser” …

Por isso incentivo e busco defender politicas públicas que visam o acolhimento das pessoas com deficiência seja física ou mental para que a sociedade como um todo possa se capacitar sobre o assunto e verem que são pessoas normais, que merecem respeito, acolhimento, paciência e muito amor.

 – Renata de Cássia Castelani, Bacharel em Direito, mamãe atípica e que sonha com um mundo inclusivo para os neurodivergentes.

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